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Tarifaço de Trump vai encarecer aviões e pode custar empregos, diz Embraer
Portal UOL
7/22/20252 min read


Cada avião da Embraer vendido para os Estados Unidos ficará R$ 50 milhões mais caro se o tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump ao Brasil for implementando no dia 1º de agosto.
Segundo o presidente da companhia, Francisco Gomes Neto, as tarifas podem reduzir a produção de aeronaves, fechando postos de trabalho, "como na Covid-19", disse o executivo.
“[Podemos] cancelar pedidos, revisar plano de produção, de investimentos e possível ajuste do quadro de funcionários, similar ao da Covid”, afirmou o presidente da Embraer, em entrevista coletiva na terça-feira (15).
Segundo Gomes Neto, as tarifas vão somar R$ 2 bilhões só em 2025 e R$ 20 bilhões até 2030. Os EUA são o principal mercado para a companhia. "É uma situação para a Embraer muito séria", disse o presidente.
Nenhum outro país seria capaz de absorver os aviões encomendados pelos EUA. "Não há como remanejar encomendas de clientes norte-americanos para outros mercados. Avião não é commodity", disse Gomes Neto.
Embargo
O executivo disse que, até o momento, nenhum pedido de cancelamento foi feito, mas a empresa se prepara para o pior.
"O que pode acontecer: clientes da aviação comercial não quererem receber os aviões porque o valor é muito elevado e impactaria o negócio deles. Temos de negociar, mas se falarem que não querem mais receber, não poderemos produzir avião sem clientes. Talvez a gente precise desacelerar a produção", afirmou o executivo.
Para Gomes Neto, a tarifa de 50% é praticamente um "embargo". "50% de alíquota é quase um embargo para qualquer empresa. Ele dificulta ou inviabiliza as exportações para qualquer país. E para avião é mais impactante devido ao alto valor agregado", disse. “O jato E1 fica inviabilizado. Dificilmente uma companhia vai querer pagar uma tarifa desse montante”.
Apesar das tensões, o executivo espera que as negociações avancem. Gomes Neto mencionou o acordo americano com o Reino Unido, que zerou a alíquota que era de 10%. "Esse exemplo fica como uma boa base para o Brasil também", disse ele.
Produção nos EUA
Além disso, a Embraer usa muitas peças fabricadas nos EUA. "Até 2030, [a Embraer] tem potencial de comprar US$ 21 bilhões de dólares em equipamentos americanos para equipar nossos aviões. Por isso achamos que uma solução negociada é possível."
Outra opção será fabricar ainda mais nos EUA. A empresa já mantém "quase 3.000 empregos" em uma fábrica na Flórida, com "mais de US$ 3 bilhões em ativos no país". "Mas isso impactaria o que a gente manda daqui pra lá", afirmou o executivo.
Nesta terça-feira, Gomes Neto participou de reunião do governo federal com empresários afetados pelas tarifas. "Hoje tivemos uma reunião em Brasília com o vice-presidente [Geraldo] Alckmin e ministros. Estamos otimistas que o governo vai encontrar uma solução para o problema", afirmou.
“A gente tem sido muito ativo, tivemos várias reuniões com autoridades de alto nível nos EUA para mostrar para eles a contribuição da Embraer nesses 45 anos [de parceria]. [Por enquanto] o plano de produção permanece inalterado. Só [haverá mudanças] após 1º de agosto.”
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