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Quiet Cracking: conheça o fenômeno ‘silencioso’ que prejudica trabalhadores

Fonte: Forbes

9/3/20252 min read

Mais da metade dos profissionais já vivencia o “quiet cracking”, uma forma silenciosa de desengajamento que corrói a produtividade nas empresas e a saúde dos trabalhadores.

O quiet cracking (em tradução literal, quebrando em silêncio) reflete uma insatisfação persistente que, aos poucos, leva à queda de desempenho, redução da produtividade e pode até resultar em demissão.

O termo descreve a experiência de profissionais que se sentem presos em seus empregos e não conseguem sair pela falta de opções melhores, porque dependem do salário ou temem que outra posição ofereça os mesmos problemas.

Segundo uma pesquisa da TalentLMS, plataforma de gestão de aprendizado baseada em nuvem, que ouviu 1.000 profissionais nos EUA em março deste ano, 54% deles descrevem sua relação com o trabalho como quiet cracking. Esse fenômeno prejudica o engajamento e aumenta a rotatividade.

De acordo com um relatório da Gallup deste ano, apenas 1 em cada 5 profissionais no mundo se sente realmente engajado. Esse cenário tem um impacto financeiro relevante: mais de US$ 400 bilhões para a economia global.

No Brasil, a situação é um pouco melhor, mas ainda preocupa. Em 2024, o índice de engajamento atingiu 34%, um avanço de 3% em relação ao ano anterior e 13% acima da média internacional.

A seguir, veja os sete comportamentos mais comuns de “quiet cracking” que prejudicam a produtividade:

1. Insegurança devido à falta de treinamento

A pesquisa mostra que profissionais que não receberam treinamento no último ano têm 140% mais chances de se sentirem inseguros sobre seus empregos. Isso se manifesta como hesitação em assumir novas responsabilidades, relutância em contribuir com ideias e evitar projetos desafiadores.

2. Ambiguidade de função e expectativas pouco claras

Dados indicam que 15% dos funcionários não compreendem claramente seu papel em ambientes de trabalho orientados por IA. Profissionais sem direcionamento claro tendem a realizar apenas tarefas familiares, evitando novas responsabilidades que poderiam aumentar a produtividade e a progressão da carreira.

3. Sobrecarga devido à má gestão da carga de trabalho

A pesquisa revela que 29% dos funcionários relatam cargas de trabalho insustentáveis. Essa sobrecarga contribui diretamente para o quiet cracking, pois até os membros os profissionais mais dedicados se esgotam quando enfrentam demandas persistentes sem os recursos adequados.

4. Isolamento e falta de suporte

Os primeiros sinais visíveis de quiet cracking aparecem como redução da colaboração e afastamento das interações em equipe. Esse isolamento cria um ciclo perigoso: funcionários menos conectados participam menos, aumentando a sensação de solidão e corroendo a produtividade.

5. Medo e confusão em relação à IA

Uma pesquisa recente do Pew Research aponta que 52% dos profissionais se preocupam com o impacto futuro da IA no trabalho, e 32% acreditam que a tecnologia reduzirá oportunidades de emprego a longo prazo. Esse medo leva à relutância em adotar novas ferramentas, evitar oportunidades de aprimoramento, acumular conhecimento para parecer indispensável e aumentar faltas.

6. Incerteza na carreira e estagnação

O estudo mostra que 82% dos funcionários se sentem seguros em seus cargos atuais, mas essa confiança cai para 62% quando questionados sobre o futuro na empresa. A desconexão entre segurança no curto prazo e sucesso a longo prazo favorece o quiet cracking.

7. Desconexão da liderança e preocupações não ouvidas

Quase 50% dos funcionários que experienciam o quiet cracking relatam que seus gestores não escutam suas preocupações. Essa falha de comunicação impede intervenções precoces, criando pontos cegos até que o desengajamento impacte o desempenho e a produtividade.

Foto: Reprodução/iStock