Ministério Público investiga acidente na Basf em Guaratinguetá

O Ministério Público abriu uma ação civil contra a Styropek e a Basf pelo acidente ocorrido em 8 de agosto, para que haja esclarecimentos sobre os fatos ocorridos no site de Guaratinguetá.

O Sindicato dos Químicos esteve reunido, no dia 25 de agosto, com o gerente de produção da Styropek e o gerente de segurança industrial da Basf.

Nessa reunião, o Sindicato ouviu o relato sobre os fatos ocorridos e chegamos à conclusão de que os procedimentos de prevenção e de manutenção do reator precisam ser revistos.

Ficou acordado que novos procedimentos de antecipação das manutenções periódicas serão feitos, para que possamos evitar que fatos como esse se repitam. Infelizmente, o acidente não foi o primeiro e não será o último.

O Sindicato lembrou ao gerente de segurança que estenda esse conceito às nossas plantas, adotando o mesmo critério para que não tenhamos surpresas, como outro incidente ocorrido em 18 de fevereiro deste ano.

É importante deixar claro que o Sindicato não abre mão da segurança. Pedimos para que todos os trabalhadores sejam vigilantes quanto a qualquer irregularidade que venha a ser praticada dentro do site de Guaratinguetá.

O Sindicato também chama a atenção para a Saben (Sociedade Amigos de Bairro do Engenheiro Neiva). Recebemos reclamações de diversos moradores sobre a postura da associação. Segundo eles, a Saben tem sido omissa quando ocorrem fatos como esse dentro do site.

Sabemos que estamos diante de uma indústria química que oferece risco, mas isso não justifica que a Basf e todas as empresas que estão locadas no site não tenham transparência na relação com o representante da categoria, que é o Sindicato, e com os moradores do bairro Engenheiro Neiva.

Aliás, estamos cansados de apontar a hipocrisia que é o discurso da Basf. No meio corporativo, seja de empresas multinacionais ou nacionais, existe uma prática chamada de “mensagem maquiada”. Na Basf não é diferente. É aquele discurso no qual a transparência serve à conveniência.

O Sindicato espera que o 0800 da empresa não fique só na informação maquiada, como o de “promover um ambiente seguro e acolhedor é responsabilidade de todas as pessoas”, como divulgou a Basf.

Esperamos que o serviço funcione de fato, colaborando para resolver os problemas na empresa, e não apenas de acordo com a Basf.

A sociedade conhece a Basf do portão para fora. Essa cultura de “Deus no céu e Basf na terra” não procede.

O Sindicato reforça que a segurança na Basf, no site de Guaratinguetá, precisa ser cada vez mais aprimorada, para que não tenhamos uma tragédia na cidade, como o Sindicato vem alertando há muito tempo.

Podemos dar vários exemplos de plantas da empresa que apresentaram falhas graves de segurança. Portanto, não é com um “discurso maquiado” que a Basf vai resolver esses temas.

O Sindicato agradece ao promotor de Justiça do Meio Ambiente pela postura de ter tomado ciência dos fatos e instaurado o inquérito para investigar o incidente.

Também cumprimentamos os trabalhadores da Styropek que, mesmo correndo risco, cumpriram todos procedimentos durante o incidente.