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Brasil enfrenta crise de adoecimento mental no trabalho; número bate recorde

Fontes: G1 e Fenae

7/7/20252 min read

O Brasil vive uma grave crise de adoecimento mental, com impactos diretos na vida dos trabalhadores e das empresas. Dados exclusivos do Ministério da Previdência Social revelam que, em 2024, foram concedidas 472.328 afastamentos médicos por transtornos mentais. O número representa um aumento alarmante de 68% em relação ao ano anterior e é o maior registrado na última década.

As licenças por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) são concedidas pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) quando o trabalhador precisa se afastar por mais de 15 dias devido a problemas de saúde. Em 2024, dos 3,5 milhões de pedidos de afastamento ao INSS, 472 mil foram motivados por transtornos mentais, um volume sem precedentes.

E o que explica o recorde de afastamentos em 2024? De acordo com psiquiatras e psicólogos, é reflexo da situação do mercado de trabalho e das cicatrizes da pandemia, entre outros pontos.

Os dados do INSS permitem traçar um perfil dos trabalhadores atendidos: a maioria é mulher (64%), com idade média de 41 anos, e com quadros de ansiedade e de depressão. Elas passam até três meses afastadas do trabalho.

Os especialistas explicam que mulheres são a maioria por fatores sociais: a sobrecarga de trabalho, a menor remuneração, a responsabilidade do cuidado familiar e a violência.

Diante desse cenário, o governo anunciou a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que estabelece diretrizes para a saúde no ambiente de trabalho. Com as mudanças, o TEM (Ministério do Trabalho e Emprego) passará a fiscalizar riscos psicossociais no processo de gestão de SST (Segurança e Saúde no Trabalho), o que pode acarretar multas para empresas que descumprirem as novas exigências. A norma vai entrar em vigor a partir do ano que vem.

A fiscalização buscará identificar situações de risco como metas excessivas, jornadas extensas, assédio moral, ausência de suporte, conflitos interpessoais, falta de autonomia no trabalho e condições precárias de trabalho.

"A ideia da atualização é trazer mais clareza sobre o tema saúde mental dos empregados. Os critérios serão exigidos independentemente do tamanho da empresa", explicou Viviane Forte, coordenadora-geral de fiscalização em segurança e saúde no trabalho do MTE.